Na vida de Lura, há um antes e depois da maternidade, que transporta força revolucionária. Mãe da pequena Nina, a cantora partilha, neste episódio, as maravilhas e os desafios dessa viagem, iniciada de forma profundamente consciente. “A minha filha é a prioridade, e depois organizo a vida em função dela”, conta, acrescentando que, por mais contraditório que possa parecer, essa é uma vivência que lhe trouxe mais liberdade.
De que forma? Lura explica, numa conversa recheada de memórias, desfiadas com múltiplos significados. A começar pelo momento do parto, em que se renovou de energia para entoar o sucesso "Na Ri Na". Confortável na pele de leoa, signo que lhe cabe no Zodíaco, a artista garante que quando se trata de proteger a sua cria, não há medo que a trave. E isso torna-a, a cada dia, mais consciente da sua potência e poder feminino.
Estreou-se na música com o álbum “Nha Vida” (“Minha Vida”), em 1996, e nunca mais parou. Nascida em Lisboa em 1975, filha de pais cabo-verdianos, Lura tornou-se rapidamente um caso de popularidade, o que lhe deu acesso aos principais palcos e aos maiores nomes da indústria musical. Com destaque para Cesária Évora, a eterna “diva dos pés descalços”, parceira em múltiplos concertos.
O sucesso, impulsionado também a partir do dueto "Mulemba Xangola", que interpretou ao lado de Bonga, ganhou dimensão internacional com o álbum “Di Korpu Ku Alma” (“De Corpo e Alma”), de 2004, eternizado pelo hit "Na Ri Na". Duas décadas depois, esse continua a ser um dos temas-estrela de Lura, que, em 2023, lançou o seu sétimo álbum, intitulado “Multicolor”. Gravado em tons de humanidade.