Há um antes e depois de Anitta na vida de Solange Dias. Foi a partir da actuação da cantora brasileira, no Rock in Rio Lisboa, que a bailarina percebeu que não poderia fugir mais da dança. O episódio marcante, vivido entre lágrimas, acelerou para o dia seguinte um incontornável – porém improvável – pedido de demissão. Até aí engenheira de sistemas, com uma situação profissional estável, Solange trocou o esperado pelo inesperado, e nunca mais voltou atrás. Nem sequer diante da forte reprovação parental, entretanto sanada.
A determinação de não viver “by the book” acabou por ser recompensada, e tem numa campanha para a Nike um dos pontos altos, a que se juntam inúmeras colaborações com artistas, e presenças em programas de televisão. Feliz por cada conquista, Solange não deixa, contudo, de observar que muitas oportunidades continuam a estar vedadas a bailarinas negras. Mas já lá vai o tempo de “ficar desconfortável para que outros se sintam confortáveis”.
Também por isso, importa dançar. E escutar!
Entrou no mundo da dança tardiamente, e sem qualquer plano de profissionalização. Na altura, Solange Dias precisava apenas de encontrar uma actividade que lhe permitisse libertar as tensões do dia-a-dia. Mas o que começou por ser uma escapadela da rotina laboral, despertou uma paixão, e revelou aquela que até ver, é a sua maior vocação.
Nascida em Lisboa, com ascendência angolana, é nas danças urbanas que se forja a sua identidade artística, no Hip Hop, House, e Comercial. Além da presença em vários anúncios publicitários para grandes marcas, onde se destaca a Nike, podemos vê-la em videoclipes de músicos bem conhecidos, como Djodje, Soraia Ramos ou Matias Damásio. Os seus movimentos também já sobressaíram diante das audiências de programas de televisão, e em campeonatos de dança, integrada no grupo Bootcamp.